Antes restritas à culinária asiática, as algas marinhas vêm conquistando espaço como uma das alternativas mais promissoras para enfrentar os desafios ambientais e alimentares do mundo. Algumas espécies de macroalgas se destacam por sua grande capacidade de crescimento, sem a necessidade de solo fértil, água doce ou fertilizantes. Além disso, capturam carbono da atmosfera, contribuindo diretamente para as metas climáticas globais.
Nutrição de grande potencial
Pesquisas têm demonstrado que espécies como a kelp-açucarada contêm fibras raras nas dietas ocidentais, como a fucoidana e a beta-glucana. Esses compostos promovem a saúde intestinal, fortalecem o sistema imunológico, ajudam a regular o metabolismo e produzem efeitos anti-inflamatórios, com benefícios para o cérebro, o coração e o controle glicêmico.
Inovação internacional e nacional
Empresas como a britânica Oceanium estão na vanguarda do desenvolvimento de ingredientes funcionais a partir de algas. Seu produto principal, o Ocean Actives H+, já demonstrou eficácia na melhora do equilíbrio da microbiota intestinal. A empresa também realiza pesquisas em parceria com universidades europeias para investigar os efeitos das algas na prevenção da demência e na nutrição humana e animal.
No Brasil, o movimento também ganha força. Diversas empresas nacionais vêm investindo em pesquisa e desenvolvimento de produtos à base de algas, com foco na alimentação humana, cosméticos, nutrição animal e bioembalagens. Este setor está em expansão, impulsionado por alternativas sustentáveis, inovações em biotecnologia e pelo crescente interesse por alimentos saudáveis.
Apesar do potencial, o mercado de algas ainda enfrenta desafios como a infraestrutura de processamento limitada, resistência cultural ao sabor e à textura e a pouca familiaridade do consumidor com o ingrediente. Com o apoio da ciência e de políticas públicas adequadas, este é um setor da aquicultura com alto potencial de crescimento.
