O uso de náuplios de cracas como alimento inicial para larvas de peixes marinhos está ganhando espaço na aquicultura. A tecnologia foi criada pela empresa norueguesa Planktonic e já mostra resultados consistentes. Ela melhora o desempenho dos peixes nos primeiros dias de vida, que representam uma fase sensível e desafiadora para a produção.
As cracas são conhecidas como organismos de incrustação. Mesmo assim, pesquisadores da Planktonic identificaram que esses crustáceos produzem náuplios nutritivos e com tamanho adequado para larvas de peixes marinhos. Depois de anos de estudo, a empresa desenvolveu um método próprio de criopreservação. Esse processo congela os náuplios em grande escala e mantém sua qualidade nutricional.
Os produtos chegam aos incubatórios já congelados. Logo após serem colocados em água do mar, eles voltam a se mover. Desse modo, os náuplios podem ser oferecidos diretamente às larvas e imitam o comportamento natural do zooplâncton.
Ensaios realizados em incubatórios da Europa, da Ásia e do Oriente Médio mostram efeitos positivos. As larvas que recebem o alimento apresentam maior crescimento, melhor taxa de sobrevivência, menos deformidades e desenvolvimento intestinal mais rápido. Esses resultados reforçam o potencial da tecnologia.
Para ampliar a oferta, a Planktonic investiu na expansão da produção. As cracas crescem em estruturas parecidas com as usadas na criação de mexilhões. Isso permite colheitas contínuas e, além disso, evita impacto ambiental relevante. Esses organismos também se regeneram rapidamente nas zonas costeiras.
Estudos de longo prazo indicam benefícios adicionais. Em uma pesquisa realizada na Grécia, juvenis que consumiram náuplios de craca no início da vida reduziram a taxa de conversão alimentar mesmo após 20 meses. Esse resultado favorece tanto a sustentabilidade quanto a rentabilidade do cultivo marinho.
Com esses avanços, os náuplios de cracas se consolidam como uma alternativa eficiente, nutritiva e estável para a nutrição inicial de espécies marinhas. Além disso, eles oferecem um caminho promissor para melhorar a produção em várias regiões do mundo.
