Na composição química, houve aumento de 15,3% nos aminoácidos relacionados ao sabor umami no músculo dos camarões mantidos em tanques vermelhos, indicando potencial intensificação de sabor. O teor de astaxantina subiu 25,8% na casca e caiu 18,5% no hepatopâncreas, sugerindo redistribuição do pigmento para o exoesqueleto, onde a cor é mais visível. Essa redistribuição foi acompanhada pela maior expressão do gene rpch, que codifica o hormônio red pigment-concentrating hormone, associado ao controle de pigmentos em crustáceos.
Do ponto de vista produtivo, a taxa de sobrevivência foi ligeiramente menor nos tanques vermelhos, com queda de 7,0%, mas o crescimento não foi afetado, mantendo ganho de peso semelhante entre os grupos. Os autores destacam que o efeito positivo sobre cor e qualidade sensorial foi obtido apenas com a mudança de cor do tanque, sem alterar ração ou densidade de estocagem.
Os resultados indicam que o cultivo de L. vannamei em tanques vermelhos pode ser uma estratégia economicamente viável e “sem aditivos” para valorizar o produto final, aumentando a atratividade visual e o perfil de sabor com o mesmo protocolo alimentar. Segundo o estudo, essa abordagem explora a capacidade natural do camarão de ajustar sua pigmentação ao ambiente, oferecendo uma alternativa promissora ao uso de pigmentos sintéticos em sistemas intensivos de carcinicultura.










