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    USP desenvolve método que remove até 92% de resíduos plásticos da água em duas horas

    Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, desenvolveram um método capaz de eliminar até 92% do bisfenol A (BPA, composto químico liberado por resíduos plásticos e associado a doenças crônicas) em apenas duas horas de tratamento da água.A inovação combina dois processos já conhecidos: o eletroquímico, que usa corrente elétrica para gerar radicais altamente reativos e degradar poluentes, e o enzimático, que utiliza substâncias obtidas de fungos para acelerar a quebra química. Segundo o Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP), a integração dessas técnicas potencializa a remoção do BPA e reduz a toxicidade dos subprodutos formados.

    Nos testes laboratoriais, o tratamento conjunto superou amplamente os métodos convencionais. Isoladamente, o processo eletroquímico removeu 10% do BPA e o enzimático, 35%. Combinados, atingiram 92%, gerando resíduos “menos tóxicos e mais biodegradáveis”, como ácidos de baixa periculosidade.

    O estudo, ganha relevância diante de análises recentes que identificam concentrações potencialmente perigosas de BPA em rios urbanos, como o Tietê (SP) e o Rio dos Sinos (RS). Um levantamento feito em 2024 também mostrou que os sistemas de tratamento convencionais não eliminam completamente o composto, reforçando a urgência de novas soluções.

    Garrafas plásticas amassadas simbolizando poluição e resíduos plásticos na água
    Garrafas plásticas descartadas ilustram a liberação de bisfenol A, composto químico estudado por pesquisadores da USP.

    Apesar do desempenho promissor, os pesquisadores alertam que o método ainda precisa ser testado em estações de tratamento de água. A presença de diferentes compostos orgânicos pode alterar a eficiência da degradação e gerar subprodutos inesperados. Além disso, fatores como custo, manutenção dos eletrodos e regeneração das enzimas ainda exigem ajustes.

    O grupo destaca que o próximo passo envolve avaliar a estabilidade dos materiais e a viabilidade econômica do processo em condições reais de operação. Mesmo assim, o potencial da técnica é amplo. O sistema pode ser adaptado para tratar outras classes de poluentes orgânicos, como corantes, pesticidas, fármacos e compostos fenólicos, abrindo caminho para uma nova geração de tecnologias sustentáveis de purificação da água.

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