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    Penaeus monodon limita a replicação do vírus da mancha branca sem eliminá-lo completamente

    Pesquisadores do Centro Nacional de Engenharia Genética e Biotecnologia da Tailândia desenvolveram um modelo de convivência em laboratório para simular um surto natural do vírus da síndrome da mancha branca (WSSV) em camarões Penaeus monodon. No modelo, camarões sadios mantidos em gaiolas separadas foram expostos à água de um tanque com camarões infectados, permitindo monitorar a transmissão viral e as respostas dos animais.

    Gráfico e diagrama ilustrando a mortalidade e a expressão gênica diferencial de camarões infectados por WSSV.
    Determinação da carga viral e expressão de peptídeos antimicrobianos em camarões moribundos e sobreviventes após infecção por WSSV. A mortalidade foi monitorada durante 18 dias, com picos entre os dias 5 e 8 pós-infecção. O grupo moribundo apresentou alta carga viral e aumento significativo na expressão dos genes ALF3 e PmCrustin1, enquanto os sobreviventes mantiveram baixa carga viral e menor expressão desses genes.
    Camarões Penaeus monodon recém-colhidos, espécie usada em estudos sobre o vírus WSSV.
    Lote de camarões da espécie Penaeus monodon, comumente cultivada em aquicultura e usada em pesquisas sobre resistência ao vírus da síndrome da mancha branca (WSSV).

    A mortalidade atingiu até 95% durante 10 dias de surto, mas entre os sobreviventes a carga viral medida por técnicas moleculares foi cerca de 10 mil vezes menor do que nos camarões moribundos. Exames histológicos mostraram que os tecidos dos sobreviventes apresentavam apenas lesões muito leves ou nenhuma lesão, enquanto os moribundos tinham células com núcleos hipertrofiados, típicos da doença.

    O estudo também analisou diferenças na expressão de peptídeos antimicrobianos (AMPs), componentes importantes da resposta imune inata dos camarões. Os genes PmCrustin1 e ALF3 mostraram níveis significativamente maiores em camarões moribundos, sugerindo estímulo reativo à alta carga viral. Curiosamente, a expressão de PmCrustin1 mostrou forte correlação positiva com a quantidade de vírus, indicando possível papel complexo desse AMP na dinâmica da infecção.

    Cortes histológicos de tecidos epiteliais de camarões controle, moribundos e sobreviventes após infecção experimental por WSSV.
    Exame histológico do tecido epitelial cuticular de camarões controle (não desafiados), moribundos e sobreviventes após infecção pelo vírus da síndrome da mancha branca (WSSV). Os núcleos hipertrofiados das células epiteliais (setas vermelhas) estão associados à formação de lesões típicas de WSSV nos moribundos, enquanto núcleos normais (setas pretas) predominam nos sobreviventes. Imagens representativas observadas sob microscopia óptica (100×) após coloração com hematoxilina e eosina.

    Os autores destacam que os sobreviventes parecem possuir mecanismos para controlar a replicação viral e evitar o desenvolvimento da doença grave, embora o vírus não seja totalmente eliminado. Eles também mencionam a possibilidade da presença no genoma do camarão de elementos virais endógenos que contribuem para uma forma de adaptação imunológica conhecida como “acomodação viral”.

    Este estudo fornece novos insights sobre a resistência ao WSSV em cultivo de camarão, com implicações para seleção genética e estratégias de manejo no setor. Os resultados foram obtidos em sistema fechado de laboratório e devem ser validados em escala comercial. Para detalhes metodológicos e análises genéticas, o artigo completo está disponível para consulta.

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