Quase todas as cepas permaneceram viáveis no intestino até 24 dias, indicando efeito pós-suplementação. Foram distribuídas 75 mil larvas em 15 tanques, com cinco tratamentos (quatro grupos com leveduras e um controle sem enriquecimento), e avaliadas atividades enzimáticas digestivas, crescimento, persistência das leveduras no intestino, expressão de genes imunes inatos e sobrevivência até 24 dias pós-eclosão. Todas as cepas, exceto D. hansenii C10, permaneceram viáveis no trato gastrointestinal até 24 dias, indicando capacidade de colonização temporária e possível efeito “pós-suplementação”.
D. hansenii C28 se destacou ao aumentar oito das nove enzimas digestivas avaliadas. Durante a fase de uso de alimento vivo enriquecido, larvas alimentadas com C. haemuloni C27 e com a cepa de referência D. hansenii CBS8339 apresentaram maior atividade de proteases ácidas, sugerindo melhor capacidade de digestão de proteínas em plena fase crítica de desenvolvimento. Após o término da suplementação, D. hansenii C28 se destacou ao aumentar a atividade de oito das nove enzimas digestivas avaliadas, enquanto todos os grupos com leveduras exibiram maior atividade de α-amilase e lipase em relação ao controle.
C. haemuloni C27 elevou a expressão de genes imunes e aumentou a sobrevivência das larvas. No eixo imune, C. haemuloni C27 estimulou a expressão dos genes il-1β e tnf-α, marcadores de resposta imune inata, indicando ativação moderada das defesas das larvas. Em termos de desempenho zootécnico, a sobrevivência passou de cerca de 22% no grupo controle para aproximadamente 31% nas larvas suplementadas com C. haemuloni C27 e D. hansenii C28, sem diferenças detectáveis em crescimento ou histologia intestinal entre os tratamentos.
As duas cepas autóctones se mostraram promissoras como probióticos específicos para a larvicultura de bijupirá. Os autores concluem que C. haemuloni C27 e D. hansenii C28 são candidatos promissores a probióticos específicos para larvas de bijupirá, capazes de melhorar a sobrevivência, a digestão e a resposta imune com efeitos duradouros graças à sua persistência transitória no intestino. A estratégia de usar leveduras autóctones, entregues via alimento vivo, é apontada como ferramenta prática para reduzir mortalidade e fortalecer a fase de larvicultura em uma espécie considerada chave para a expansão da aquicultura marinha.










