A China domina as exportações para a Europa, com 23.415 t (64% do total). Holanda e Bélgica atuam como plataformas de reexportação, sendo o porto de Roterdã o principal ponto de entrada, com 8.777 t (24% das importações europeias).
O relatório destaca o crescimento do Brasil na produção mundial. O país atingiu 442.174 t em 2023, um salto de 161% em dez anos, ocupando a quarta posição global. Mesmo assim, os embarques brasileiros para a Europa ainda são tímidos diante da liderança chinesa, que também pratica o preço médio mais baixo: 2,69 EUR/kg CIF para filés congelados.
Quase toda a tilápia que chega à Europa está congelada (96%). Em peso, o peixe inteiro representa 53% das compras, mas em valor os filés lideram com 55% (66 milhões EUR em 2024). Os produtos são transportados em contêineres refrigerados de quarenta pés e distribuídos por caminhão.
O consumo médio na União Europeia é de apenas 39 g por habitante ao ano. A Bélgica lidera com 147 g, enquanto países como a Eslovênia quase não consomem. Segundo o estudo, o preço segue sendo decisivo: a tilápia compete com espécies mais baratas como pangasius e polaca do Alasca e precisa reforçar atributos de qualidade e conveniência.
Para ampliar mercado, o relatório recomenda investimentos em produtos com maior valor agregado (cortes marinados, pré-cozidos) e certificações reconhecidas, como o selo ASC (Aquaculture Stewardship Council). Outra estratégia é comunicar os benefícios nutricionais e sustentáveis da aquicultura, buscando público além das lojas étnicas.
Os autores apontam que o aumento dos custos na China pode favorecer novos fornecedores. Assim, competitividade em preço, diferenciação pela qualidade e presença em feiras como a Seafood Expo Global são consideradas ações estratégicas. Mais detalhes sobre logística, embalagens e oportunidades por país podem ser encontrados no relatório completo no site da Embrapa Pesca e Aquicultura.