Pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) desenvolveram um gel à base de pele da tilápia, destinado ao tratamento de feridas em animais. O produto utiliza hidrolisado de colágeno extraído da pele do pescado e transformado em um ativo farmacêutico em gel, sendo aplicado em cães e gatos com resultados promissores.
Pesquisa conduzida na UEPG e UFPR
O estudo é conduzido pelo Departamento de Ciências Farmacêuticas (Defar) e pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) da UEPG. A formulação utiliza peptídeos obtidos da pele de tilápia por hidrólise, em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Além disso, o trabalho demonstra como o aproveitamento de subprodutos da aquicultura pode gerar soluções inovadoras para a saúde animal.
Segundo o coordenador do projeto, o professor Flavio Luís Beltrame, “Estamos aplicando o gel contendo o hidrolisado do colágeno da tilápia na parte machucada do animal, fazendo uma reestruturação da pele”. Dessa forma, o processo consiste em receber o hidrolisado líquido da UFPR, secá-lo e transformá-lo em pó para uso farmacêutico, e então desenvolver o gel na UEPG.
Resultados promissores em cães e gatos
A equipe já testou o gel em cerca de 44 animais, entre cães e gatos, com aplicação duas vezes ao dia. Com isso, observou-se retração do tecido ferido a partir de uma semana em muitos casos. O tratamento completo pode durar cerca de 35 dias, dependendo da gravidade da lesão. Portanto, os resultados indicam grande potencial terapêutico do produto.
Reconhecimento e próximos passos
O projeto foi premiado pelo Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), iniciativa da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná. Como resultado, a UEPG recebeu reconhecimento e iniciou o planejamento para comercializar a tecnologia.
A inovação representa um avanço significativo nas áreas veterinária e farmacêutica, ao utilizar um produto sustentável derivado da pele da tilápia. Atualmente, os pesquisadores trabalham na estabilização da formulação e na busca de parcerias com empresas interessadas em levar a tecnologia ao mercado. Assim, o projeto abre caminho para novas soluções no cuidado com a saúde animal.










