Comparação de dois camarões-brancos-do-Pacífico (Litopenaeus vannamei): acima com trato gastrointestinal pálido e vazio devido à perda de apetite e má absorção de nutrientes (síntoma típico do EHP); abaixo saudável, sobre ilustração de RNA (microRNAs). (Foto: adaptado de GHARA; PAYRA; BHANJA, 2024.)
Uma nova pesquisa revela que a infecção pelo microsporídio Ecytonucleospora hepatopenaei (EHP) provoca uma grande mudança na regulação dos microRNAs no hepatopâncreas do camarão-branco-do-Pacífico, espécie dominante na aquicultura mundial. MicroRNAs são pequenas sequências de RNA que atuam no controle da expressão de genes ligados à defesa contra doenças e ao metabolismo do animal.O estudo identificou 31 microRNAs com expressão alterada após a infecção por EHP – sendo 15 deles aumentados e 16 reduzidos em comparação com camarões saudáveis. Essas alterações atingem genes envolvidos na resposta imunológica, principalmente em vias de sinalização como Toll-like receptor e Toll/Imd, consideradas essenciais para o sistema imune inato de camarões. Além das respostas de defesa, também foram afetados genes ligados à digestão de proteínas e regulação de aldosterona, hormônio que influencia processos metabólicos.Os resultados sugerem que a infecção por EHP não apenas limita o crescimento dos camarões nos viveiros, mas pode prejudicar funções imunológicas e metabólicas através do controle via microRNAs. Segundo os autores, compreender esses mecanismos abre caminho para novas estratégias de manejo, visando minimizar perdas e fortalecer a resistência dos animais em fazendas de cultivo.O artigo destaca a necessidade de mais investigações sobre microRNAs específicos e seus alvos, recomendando estudos com maior número de amostras e abordagens funcionais para validar os resultados. Para quem busca conhecer de perto os detalhes e implicações práticas, o artigo completo pode ser consultado abaixo.