O que o estudo avaliou
Pesquisadores testaram a inclusão de Spirulina platensis (SP) na dieta do camarão-branco-do-Pacífico (Litopenaeus vannamei), por oito semanas, e depois desafiaram os animais com a bactéria Vibrio parahaemolyticus. Foram 300 camarões distribuídos em cinco dietas: T0 (0 g/kg), T1 (2 g/kg), T2 (4 g/kg), T3 (6 g/kg) e T4 (8 g/kg).

Desempenho zootécnico e conversão
Ganhos significativos em peso final, ganho de peso, SGR (taxa específica de crescimento) e FCR (fator de conversão alimentar) ocorreram com 4, 6 e 8 g/kg de SP.
O grupo T4 (8 g/kg) apresentou o maior ganho de crescimento (9,73 g) e a melhor FCR (1,73).
A sobrevivência variou de 68,33% (T0) a 76,67% (T4).
Composição corporal
Com 8 g/kg de SP, o camarão registrou a maior proteína bruta (170,8 g/kg) e cinzas, além de menor lipídio bruto.
A umidade não diferiu entre os grupos.
Antioxidantes e estresse oxidativo
Todos os níveis de SP elevaram a atividade de GPx (glutationa peroxidase), SOD (superóxido dismutase) e CAT (catalase), com destaque para T4. O MDA (malondialdeído) reduziu nos grupos com SP.
Desafio sanitário com Vibrio parahaemolyticus
Após a infecção experimental (injeção de 104 CFU mL−1, CFU = unidades formadoras de colônia), a mortalidade foi menor nos grupos com SP. No T4 (8 g/kg), a mortalidade ficou em 17%; em T3, 20%; T2, 37%; T1, 47%; e no controle T0, 57%.
Histologia: músculo e hepatopâncreas
A SP melhorou a integridade muscular (redução de rupturas e espaços entre sarcômeros) e a organização do hepatopâncreas (glândula digestiva do camarão), com melhor delineamento nuclear e menor fibrose, principalmente nos grupos T3 e T4.
Conclusão dos autores
O estudo conclui que Spirulina platensis entre 4–8 g/kg de dieta melhora desempenho e eficiência alimentar de L. vannamei, reforça as defesas antioxidantes e favorece a estrutura tecidual. Os autores recomendam a microalga azul-esverdeada como suplemento na faixa de 4–8 g/kg.