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    Destaque no Global Shrimp Forum 2025: fazendas de camarão indoor

    Durante o Fórum Global do Camarão 2025, dois modelos distintos mostraram que ainda é possível manter fazendas de camarão indoor competitivas, mesmo diante do fechamento de diversas operações no Ocidente.

    Participantes assistindo a uma palestra no Fórum Global do Camarão 2025
    Profissionais do setor de aquicultura participam das discussões do Fórum Global do Camarão 2025. (Foto: divulgação / evento)

    Atarraya: modularidade e redução de custos

    Fundada no México e hoje expandindo operações nos Estados Unidos, a Atarraya desenvolveu ao longo de 12 anos um sistema próprio baseado em biofloc. O diferencial está no conceito do Shrimpbox, módulos de cultivo em contêineres adaptados, que permitem instalar fazendas próximas a grandes centros urbanos.

    Um exemplo foi a instalação em Nova Jersey, a apenas uma hora de Manhattan, que possibilita entregar camarões frescos no mesmo dia da colheita. Essa proximidade ao mercado consumidor, somada à redução de custos logísticos e energéticos, levou a empresa a criar o Shrimpbox Air, uma versão mais leve do sistema que cortou em 70% o investimento inicial.

    Daniel Russek, fundador da Atarraya, afirma que o próximo passo é ampliar o modelo para estufas agrícolas semelhantes às usadas no cultivo de tomates, reduzindo ainda mais o custo por quilo e tornando o produto competitivo com importados.

    Módulo Shrimpbox da Atarraya instalado em contêiner urbano
    Shrimpbox da Atarraya instalado em área urbana para cultivo sustentável de camarão. (Foto: divulgação / Atarraya)

    White Panther: foco em qualidade e energia própria

    Na Áustria, a White Panther segue outro caminho. Localizada em Styria, a empresa abandonou o biofloc e investiu em sistemas RAS (sistemas de recirculação de água), que garantem maior estabilidade e qualidade. Com um posicionamento premium, 80% da produção é entregue fresca em até 24 horas, alcançando preços médios de €80 por quilo em mercados de alto padrão.

    A produção é limitada a cerca de 35 toneladas por ano para evitar queda de preços e preservar a exclusividade do produto. Além disso, a White Panther é autossuficiente em energia, com cinco hidrelétricas e uma planta de gaseificação de madeira. Essa independência reduz a vulnerabilidade a flutuações de custos e fortalece a estratégia de sustentabilidade.

    Outro pilar do negócio é o hatchery próprio (unidade de larvicultura), que produz dois milhões de pós-larvas por mês para mais de 40 clientes na Europa, consolidando uma integração vertical do ciclo produtivo.

    Produzidos em sistemas de água clara (clearwater RAS), o camarão cultivado pela White Panther apresenta um tom azulado característico, resultado do ambiente controlado e da dieta específica oferecida durante o cultivo.

    Camarões embalados da marca White Panther vendidos na Áustria
    Camarões premium White Panther embalados na Áustria. (Foto: divulgação / White Panther)

    Dois caminhos, um mesmo objetivo

    Enquanto a Atarraya aposta em escala modular, proximidade urbana e redução de custos, a White Panther foca em diferenciação, autossuficiência energética e valor agregado. Ambas mostram que, embora desafiadora, a aquicultura indoor de camarão pode prosperar quando sustentada por modelos inovadores e bem direcionados.

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