Nos testes, os peixes foram expostos a duas condições:
- Tanques azuis, que representam ambiente estressante. Após 10 dias, o ventre ficou visivelmente mais escuro, mostrando maior intensidade do countershading (diferença de cor entre dorso e ventre).
- Exposição ao hormônio α-MSH, associado ao estresse. O resultado foi a expansão de 80% dos melanóforos (células de pigmento), intensificando a coloração.
Essas respostas confirmam que a intensidade do countershading está diretamente ligada ao estresse, funcionando como um marcador visual.
Para medir esse padrão de cor, os pesquisadores desenvolveram um sistema de visão computacional (CVS) com aprendizado profundo (DeepLab V3 e ResNet-50). O modelo alcançou 88,2% de precisão, permitindo avaliar milhares de peixes de forma rápida e automática.
Resultados
As análises genéticas mostraram ainda que o countershading tem alta herdabilidade: 0,456 para porcentagem de pixels pretos (%BP) e 0,494 para intensidade média de pixels (MPI). Isso significa que a característica pode ser usada em programas de seleção genética, sem comprometer o crescimento dos animais.
O trabalho conclui que a cor do tambaqui é resultado da interação entre ambiente e genética, e que a avaliação automática da intensidade do countershading pode acelerar programas de melhoramento voltados para aparência e resistência ao estresse.