A imersão em água doce estéril reduziu significativamente a carga bacteriana, incluindo Vibrio spp. Entre as estratégias testadas, a imersão em água doce estéril por poucos minutos se mostrou eficiente para reduzir de forma significativa a carga total de bactérias, incluindo Vibrio spp., melhorando a qualidade microbiológica dos anfípodos. Já o tratamento com radiação ultravioleta (UV) aplicado após a extração teve eficácia limitada nas condições avaliadas e, segundo os autores, precisaria ser otimizado para atingir maior inativação de microrganismos sem comprometer o produto.
O estudo aponta oportunidade de transformar bioincrustação em insumo alimentar de alto valor. O trabalho destaca que esses crustáceos, já estudados por seu alto teor de proteína, lipídios e ácidos graxos poli-insaturados, podem aproveitar biomassa hoje considerada “incrustante” indesejada em fazendas marinhas, transformando bioincrustação em insumo alimentar. No entanto, os autores recomendam aprofundar pesquisas sobre variações do microbioma em diferentes condições ambientais, avaliar contaminantes químicos como metais pesados e realizar testes de alimentação em peixes e humanos antes de avançar para uso comercial.
O estudo estabelece a primeira base microbiológica para anfípodos da aquicultura e abre caminho para novos alimentos. Em síntese, o estudo estabelece a primeira base de segurança microbiológica para anfípodos associados à aquicultura, aponta a lavagem em água doce como etapa-chave de limpeza e abre caminho para que esse recurso pouco explorado entre na pauta de novos alimentos de baixo impacto ambiental. A adoção de protocolos robustos de desinfecção e monitoramento será decisiva para que esse potencial se converta em produtos seguros tanto para a aquicultura quanto para o consumo humano.










