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    Protocolo para análise e viabilidade econômica na piscicultura: uma proposta de gestão

    Em primeira análise, o piscicultor deve ser detentor de sua produção e como tal, ser caracterizado como gestor, o qual desempenha um papel crucial nesta jornada, sendo responsável por monitorar, analisar e tomar decisões que impactam diretamente a viabilidade e a prosperidade do negócio. Neste sentido, a coleta de dados (anotações) faz-se necessária e presente em todas as etapas do ciclo produtivo. Neste contexto, a gestão de custos, rentabilidade e os principais indicadores de fluxo de caixa são pilares essenciais para a sustentabilidade e o sucesso da piscicultura.Neste sentido, a Gestão de Custos como primeira etapa permite compreender de forma detalhada os custos envolvidos, que podem incluir despesas com alimentação, energia, mão de obra, manutenção de equipamentos, tratamentos veterinários e outros insumos essenciais. Vale destacar que para cada um desses elementos, deve ser registrado quantidade e valor monetário, permitindo que o produtor identifique onde é possível realizar cortes ou melhorias. A redução de custos sem comprometer a qualidade dos produtos é uma das estratégias mais eficazes para aumentar a competitividade no mercado.Assim, a rentabilidade é o indicador que mede a relação entre os ganhos e os custos efetuados na piscicultura. Para maximizar a rentabilidade, como exemplo, o produtor precisa estar atento aos custos, mas também à inovação na produção, seja pela adoção de novas tecnologias ou pelo aprimoramento das técnicas de cultivo, podendo resultar em um aumento expressivo da produção e, consequentemente, da rentabilidade.Por fim, o fluxo de caixa é uma das ferramentas mais importantes na gestão financeira. Ele permite ao produtor visualizar todas as entradas e saídas de recursos financeiros, garantindo que sempre haja capital disponível para sustentar a operação e aproveitar oportunidades de investimento. Indicadores como Valor Presente Líquido (geração de valor) e Taxa Interna de Retorno são fundamentais para entender a saúde financeira do negócio e planejar o crescimento de forma sustentável. Um fluxo de caixa bem administrado evita problemas de liquidez e ajuda na tomada de decisões estratégicas, como a compra de novos equipamentos ou a expansão da produção.

    Fluxograma de protocolo econômico para piscicultura com duas etapas: análise de custos e rentabilidade (COE, COT, receita bruta, lucro operacional, índice de lucratividade, ponto de equilíbrio) e viabilidade com payback, TIR, VPL e B/C; setas e caixas explicativas em português.
    Diagrama-resumo das etapas para calcular custos, rentabilidade e viabilidade do cultivo.
    De forma resumida, o artigo propõe apresentar um modelo de protocolo em duas etapas: análise e viabilidade econômica, que servem como um breve roteiro, orientando o piscicultor em todas as etapas do processo produtivo, incluindo diretrizes para a avaliação dos custos operacionais, rentabilidade e viabilidade no cultivo. Ao adotar este modelo (Figura 1), o piscicultor pode aplicar em diferentes tecnologias de cultivo, como tanques-rede, bioflocos ou sistemas de recirculação, para identificar aquela que melhor se adapta às suas condições específicas e objetivos financeiros. Em resumo, o protocolo proporciona uma visão estruturada e prática, capacitando o piscicultor a tomar decisões informadas e a maximizar os resultados econômicos de sua produção.Resumidamente, o Valor Presente Líquido (VPL) é crucial para determinar o valor atual de fluxos de caixa futuros. A Taxa Interna de Retorno (TIR) mede a rentabilidade esperada do investimento, a partir de uma TMA (taxa mínima de atratividade, como exemplo a taxa Selic). O Payback indica o tempo necessário para recuperar o investimento inicial e a relação benefício-custo avalia a viabilidade do projeto, comparando benefícios com os custos envolvidos. As respectivas fórmulas de cálculo e possíveis interpretações variam conforme o estudo de caso, o que posteriormente poderá ser abordado nas próximas edições do portal.

    Ainda assim, cabe enfatizar que a rentabilidade para um ciclo produtivo pode interferir de forma negativa a viabilidade de sua atividade, a depender da situação, como exemplo, quando os custos possam suplantar os ganhos, ocasionando assim indicadores desfavoráveis à situação, que remetem a ajustes de melhorias em sua produção, relacionados à otimização de mão de obra e insumos (Figura 2). Convém mencionar que a capacitação contínua e o acesso a informações atualizadas são fundamentais para que o produtor se mantenha competitivo e a busca por parcerias e o networking com outros profissionais da área podem trazer insights valiosos à gestão.

    Em síntese, a importância da gestão de custos, rentabilidade e indicadores de fluxo de caixa na piscicultura não pode ser subestimada. O produtor, como gestor chave, tem a responsabilidade de aplicar esses princípios de forma estratégica e eficiente, garantindo a sustentabilidade e o sucesso de sua atividade no longo prazo. Ao adotar uma abordagem gerencial integrada, o produtor não apenas melhora a sua própria rentabilidade, mas também contribui para o desenvolvimento e a profissionalização do setor como um todo.

    Um agroabraço e estou à disposição!

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