Mas o que mudou na aquicultura ornamental no século 21? Durante anos um aquário em casa era sinônimo de uma bola de vidro com um peixe dourado dentro, fazendo o possível para sobreviver a contínuas mudanças de água e a uma dieta de migalhas de pão. Atualmente, a realidade é outra, passando o aquário a ser entendido como uma forma de recriar um espaço da natureza dentro de casa, com finalidades educativas, recreativas e de preservação, onde se busca reproduzir, o mais fielmente possível, o habitat de origem da espécie criada. O aquarismo passa a ocupar espaço no cinema, sendo indiscutível o sucesso do filme “Nemo”, ampliando a visibilidade da manutenção de peixes em aquários.
Atualmente, os maiores mercados internacionais de peixes ornamentais são o Japão, a Europa (principalmente a Alemanha e a Holanda) e os Estados Unidos. Nos Estados Unidos, uma em cada três residências possui aquário. No Japão, de cada duas residências, uma tem aquário. Com estas referências dá para imaginar o imenso potencial do comércio internacional de peixes ornamentais.
Segundo informações do International Trade Centre de 2016, Singapura fatura por ano U$ 44.205 mil em exportação de peixes ornamentais – o pequeno país asiático ocupa a liderança no ranking. Em contrapartida, o Brasil ocupa apenas o 13º lugar, com U$ 6.570 mil em exportações (o que não é nada mal considerando a quase ausência de políticas públicas para este segmento produtivo). Por aqui estima-se que existam cerca de cinco mil lojas que comercializam aquários, peixes e produtos para o setor de aquicultura ornamental, gerando cerca de 25 mil empregos diretos e até 75 mil indiretos.
Portanto meus amigos o que não falta é relevância para escrever sobre este tema. Em paralelo, está mais do que na hora de ampliar a divulgação deste segmento produtivo e trazer aos leitores da Aquaculture Brasil um pouco do que vem sendo feito por esta atividade e despertar o interesse do segmento público e privado sobre as oportunidades estratégicas que o desenvolvimento da aquicultura ornamental pode proporcionar ao nosso país.
Espero aproveitar este espaço para trazer matérias técnicas aliadas a depoimentos e entrevistas visando ampliar o espaço da aquicultura ornamental.
Até breve “Aquicultura de precisão”, seja bem vinda “Aquicultura ornamental”.
Até a próxima coluna!