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Autores: Gislaine Gonçalves Oliveira¹, Elisângela De Cesaro¹, Simone Siemer¹, Melina Coradini¹, Eliane Gasparino¹, Fernanda Losi Alves de Almeida², Carlos Antonio Lopes de Oliveira¹ e Maria Luiza Rodrigues de Souza¹
Instituições: ¹Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR. ²Departamento de Ciências Morfológicas – UEM, Maringá-PR.
E-mail: [email protected]
Introdução
A tilápia do Nilo é uma das espécies mais cultivadas no mundo. Essa espécie se destaca pela precocidade, rusticidade e qualidade da proteína produzida. No Brasil, o crescimento da tilapicultura impulsionou o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva, abrangendo desde a produção de alevinos e ração até o processamento e a comercialização.
O Paraná lidera a produção nacional, com 187.800 toneladas. Atualmente, o país responde por 63,9% da produção de peixes cultivados. Nesse contexto, os programas de melhoramento genético selecionam indivíduos com características produtivas superiores, como maior taxa de crescimento.
Aproveitamento da pele e impacto ambiental
O consumo predominante em forma de filé gera grandes volumes de resíduos, incluindo pele, escamas e vísceras. Pesquisas indicam que apenas 34,11% do peixe corresponde ao filé, enquanto 65,89% se tornam resíduos. Portanto, aproveitar a pele como matéria-prima para couro e extração de colágeno oferece uma alternativa sustentável e de valor agregado.
Processo de transformação da pele em couro
O curtimento da pele de tilápia produz um material resistente, flexível e com textura exótica. Esse couro recebe valorização nos mercados nacional e internacional. Ele serve para fabricar vestuário, calçados, acessórios e artigos de decoração. Além disso, a atividade agrega valor e gera renda, contribuindo para o desenvolvimento local e apresentando menor impacto ambiental do que outras cadeias produtivas.
Extração de colágeno
O colágeno de tilápia apresenta vantagens em relação ao de bovinos e suínos. Por exemplo, oferece menor risco de alergias e maior semelhança estrutural com o colágeno humano. Assim, as indústrias farmacêutica, cosmética e alimentícia utilizam esse produto em aplicações que vão desde cremes antienvelhecimento até biofilmes cicatrizantes.
No estudo, pesquisadores compararam tilápias melhoradas e não melhoradas geneticamente. Os exemplares melhorados renderam 17,72% de colágeno, enquanto os não melhorados renderam 10,27%. Além disso, o teor de proteína alcançou 95,29% nas tilápias melhoradas contra 87,93% nas demais. O teor de minerais foi menor, indicando maior pureza do produto final.
Metodologia
Os pesquisadores cultivaram as tilápias em tanques-rede, aplicando manejo idêntico. Em seguida, coletaram as peles, congelaram e curtiram com tanino vegetal. Depois, realizaram testes físico-mecânicos e extraíram o colágeno pelo método ácido, seguindo protocolos padronizados.
Resultados
Os couros de tilápias melhoradas, mesmo apresentando menor espessura, suportaram maior tração e deformação. A disposição e a orientação das fibras colágenas, mais do que a espessura, determinaram essas propriedades.
Quanto ao colágeno, o melhoramento genético aumentou o rendimento, o teor de proteína e de hidroxiprolina. Portanto, o material obtido apresentou maior qualidade e ampla aplicabilidade industrial.
Conclusão
O melhoramento genético para ganho de peso aumentou a resistência do couro e a produção de colágeno em tilápias do Nilo. Dessa forma, os resultados indicam um produto final mais puro, com maior valor comercial e potencial de aplicação em diferentes setores.
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