Os resultados indicaram que sobrevivência, ganho de peso e conversão alimentar não diferiram entre os tratamentos, mostrando que o ingrediente de inseto sustentou desempenho produtivo similar ao obtido com farinha de peixe. Em níveis mais altos de inclusão, de 40% a 80%, a BSFLM melhorou a eficiência de retenção de fósforo, que passou a variar de 14,57% a 19,24%, e aumentou a taxa de deposição de fósforo no corpo dos animais, reduzindo simultaneamente o fósforo descartado na água.
No intestino, a inclusão de BSFLM entre 40% e 80% estimulou enzimas digestivas como tripisina, amilase e lipase, sugerindo melhor aproveitamento de proteínas, carboidratos e lipídios. Os camarões alimentados com BSFLM apresentaram maior atividade de superóxido dismutase total no hepatopâncreas, sem aumento de malondialdeído, indicando reforço da capacidade antioxidante sem elevação do estresse oxidativo.
A análise transcriptômica comparou o grupo controle com o grupo BSFLM20 e revelou alteração na expressão de genes ligados ao metabolismo de nutrientes, especialmente nas vias de sinalização da insulina e de absorção de minerais. Foram também modulados genes associados à resposta imune, como os relacionados a fagossomos e ao processamento e apresentação de antígenos.
A microbiota intestinal respondeu à inclusão de BSFLM. A dieta com 10% aumentou o filo Firmicutes, enquanto 40% elevou o gênero Agromyces. Houve melhora na morfologia intestinal, com aumento da altura das vilosidades e da espessura da camada muscular em todos os níveis de BSFLM, indicando intestino mais saudável e com maior área de absorção.
O estudo conclui que a farinha desengordurada de larvas de mosca-soldado-negra é um substituto equilibrado e mais sustentável para a farinha de peixe em dietas de Macrobrachium rosenbergii. Substituições moderadas (10–20%) reforçam a capacidade antioxidante e otimizam a microbiota, enquanto níveis de 40–80% melhoram a digestão e reduzem a descarga de fósforo sem comprometer o desempenho.










