Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém (PA), o Ministério da Pesca e Aquicultura anunciou a adesão do Brasil à Iniciativa Global das Nações Unidas para as Algas (UNGSI). O comunicado ocorreu durante o painel “Sistemas Alimentares Aquáticos como Soluções Climáticas”, que destacou o papel da algicultura como estratégia para o enfrentamento das mudanças climáticas.
No Nordeste brasileiro, região com tradição pesqueira e condições ambientais favoráveis, a produção de macroalgas já gera benefícios para comunidades costeiras. As atividades proporcionam renda, fortalecem cadeias produtivas sustentáveis e contribuem para maior resiliência socioeconômica de populações vulneráveis.
O que é a Iniciativa Global das Nações Unidas para as Algas (UNGSI)
A UNGSI funciona como uma plataforma internacional que estabelece normas e padrões para a produção e comercialização sustentável de algas marinhas e continentais. Seu objetivo é ampliar a cooperação global em ciência, inovação e comércio, além de oferecer suporte à capacitação de pequenos produtores.
A cozinheira Aparecida Alves, da Praia de São Gonçalo, em Paraty, relatou impactos positivos associados ao cultivo da Kappaphycus alvarezii: “Com o trabalho da Kappaphycus alvarezii, vimos a água mais limpa e a volta de espécies marinhas ao redor dos plantios. Isso mostra que a algicultura pode melhorar o território quando é feita com cuidado e conhecimento. Para que mais comunidades participem, precisamos de políticas públicas, informação clara e diálogo. A algicultura pode gerar renda e fortalecer a soberania alimentar, mas isso só acontece quando quem vive do mar é ouvido desde o início”.
Outros painéis realizados durante a COP30 também reforçaram o potencial da algicultura como fonte de geração de emprego e renda. As discussões destacaram o papel das algas como aliadas estratégicas no enfrentamento das mudanças climáticas e como alternativa sustentável de produção.










