As vastas florestas submersas compostas por algas pardas estão cada vez mais vulneráveis ao aquecimento dos oceanos. Essa mudança ameaça um importante mecanismo natural de captura de carbono e de proteção das zonas costeiras. Um estudo recente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com a Università di Pisa (Itália) e publicado na revista Limnology and Oceanography, mostra que cerca de 75% das espécies avaliadas apresentaram queda nas taxas de crescimento em simulações de aquecimento oceânico.
As algas pardas do gênero sargaço cumprem diversas funções ecológicas. Elas servem como habitat e alimento para inúmeras espécies marinhas. Além disso, ajudam a manter o equilíbrio dos ecossistemas costeiros e contribuem para reduzir o carbono presente na atmosfera. Segundo o estudo, em cenários mais otimistas de aquecimento global, essas florestas marinhas podem ter suas áreas reduzidas em até 70%. Por outro lado, em projeções mais severas, mais de 80% das regiões onde hoje essas algas se encontram poderão deixar de abrigá-las.
De acordo com a professora Maria Teresa M. de Széchy, do Departamento de Botânica da UFRJ e coautora do estudo, “o declínio das florestas de sargaço pode agravar os desafios ecológicos e sociais trazidos pelas mudanças climáticas, especialmente quando somados a outros impactos nas zonas costeiras causados pelas atividades humanas. Dentre esses desafios, ressaltamos a conservação e o uso sustentável dos diferentes recursos naturais marinhos, particularmente vinculados à pesca”.
Os pesquisadores alertam que, sem ações mais robustas para conter o aquecimento dos oceanos, as funções ecológicas vitais das algas pardas poderão ser severamente comprometidas. Assim, as consequências podem incluir impactos diretos na biodiversidade, nas comunidades costeiras e no próprio equilíbrio global de carbono. Portanto, a conservação desses ecossistemas é essencial para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
Fonte: Conexão UFRJ










