Foram testados três sistemas, todos em tanques externos com juvenis de 1 a 2 gramas:
- biofloco puro (T1);
- biofloco com sedimento (T2);
- apenas sedimento (T3).
OT2 se destacou com ganho de peso de 68,34%, aumento de comprimento de 47,46% e taxa de crescimento específico de 2,74% ao dia. Já o T1 apresentou os piores resultados, com crescimento limitado e redução na biomassa ao final do experimento.
A técnica de biofloco (ou BFT, na sigla em inglês) consiste em manipular a proporção carbono-nitrogênio da água para estimular o crescimento de comunidades microbianas que transformam resíduos nitrogenados em partículas flutuantes. Essas partículas funcionam como filtro biológico e alimento natural para os organismos cultivados.
No caso dos pepinos-do-mar, que são alimentadores de depósito, ou seja, se alimentam do material orgânico presente no sedimento, a simples presença do biofloco não foi suficiente para manter crescimento satisfatório. Já o sistema que combinou biofloco com uma fina camada de sedimento marinho (T2) conseguiu simular melhor as condições naturais, proporcionando nutrientes adicionais e estabilidade na qualidade da água.
Além disso, todos os tratamentos registraram 100% de sobrevivência dos juvenis, o que os pesquisadores atribuem à boa qualidade da água, manejo adequado e ausência de estressores externos.
Outro destaque do estudo foi a análise microbiana: nos tratamentos com biofloco, a bactéria Bacillus foi predominante, conhecida por seus efeitos probióticos. Já no tratamento apenas com sedimento, foram encontradas espécies do gênero Vibrio, potencialmente patogênicas, mesmo após a desinfecção do substrato.
Os autores concluem que o sistema T2 representa uma alternativa promissora para berçários externos de pepinos-do-mar, com baixo custo, operação em regime sem renovação de água e potencial para expansão em larga escala.