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    Minerais protegem intestino do camarão-branco em dieta com proteína de Clostridium

    Um estudo avaliou como a suplementação de minerais (magnésio, ferro, manganês e selênio) protege a saúde intestinal do camarão-branco (Litopenaeus vannamei) quando a farinha de peixe é parcialmente substituída por proteína de Clostridium autoethanogenum (CAP, proteína microbiana obtida a partir de gases industriais). O trabalho testou três dietas por 50 dias: controle positivo com 25% de farinha de peixe; controle negativo com 12,5% de farinha de peixe mais CAP; e a mesma dieta com CAP acrescida de minerais (glicina-Mg, glicina-Fe, glicina-Mn e metionina-Se) em níveis que igualaram o teor mineral da dieta com 25% de farinha de peixe. Cada tratamento teve 160 camarões (quatro réplicas; peso inicial 1,79 ± 0,02 g).

    O que aconteceu

    • A troca de farinha de peixe por CAP reduziu o desempenho de crescimento e a capacidade antioxidante. Houve alteração no metabolismo lipídico (metabolismo de gorduras). Genes de imunidade inata — dorsal, relish e litaf (fatores ligados à resposta imune) — ficaram mais ativados na dieta com CAP sem minerais. Com minerais, houve melhora dos marcadores antioxidantes e de defesa, mas o ganho de peso não voltou ao nível do controle positivo.

    Marcadores sanguíneos e enzimáticos

    • No grupo com 25% de farinha de peixe, os triglicerídeos (TG, gordura circulante) foram menores, enquanto colesterol total (T-CHOL) e LDL-C (fração de colesterol) foram maiores. HDL-C (outra fração de colesterol) não mudou entre grupos.
    • Na dieta com CAP sem minerais, aumentaram AST e UA (enzimas/metabólitos que indicam lesão/metabolismo no hepatopâncreas) e MDA (produto de peroxidação lipídica; sinal de dano oxidativo). A T-AOC (capacidade antioxidante total) caiu. Com minerais, a atividade de PO (fenoloxidase, ligada à imunidade) diminuiu e a de lisozima (enzima de defesa) aumentou em relação ao CAP sem minerais. SOD (enzima antioxidante) não mudou entre dietas.

    Expressão gênica no intestino

    • dorsal subiu com CAP;
    • relish caiu com a suplementação mineral;
    • akirin ficou maior no controle positivo e similar entre controle positivo e dieta com minerais;
    • rab6a aumentou com minerais;
    • litaf foi mais baixo no controle positivo.

    Lysozyme, tnf-α e hsp70 (marcadores de defesa e estresse) não mudaram.

    Intestino sob o microscópio

    • Com 25% de farinha de peixe, a estrutura celular permaneceu íntegra.
    • Com CAP sem minerais, houve inchaço mitocondrial, cristas desorganizadas e menos microvilos (estruturas que aumentam a absorção).
    • Os minerais reduziram parte desses danos.

    Na histologia (H&E), a altura das pregas mucosas (dobras internas do intestino) foi maior no controle positivo; os minerais aumentaram essa altura em relação ao CAP sem minerais. A largura das pregas foi maior em controle positivo e com minerais (sendo a maior com minerais). A espessura da camada muscular foi superior nas dietas com farinha de peixe e não melhorou com os minerais.

    Ultraestrutura das células epiteliais do intestino médio de camarão-branco com destaque para mitocôndrias, retículo endoplasmático e microvilos
    Análise da ultraestrutura de células epiteliais do intestino médio em camarão-branco (Litopenaeus vannamei). Abreviações: ER, retículo endoplasmático; N, núcleo celular; NM, membrana nuclear; MV, microvilos.

    Crescimento e composição corporal

    • WGR (taxa de ganho de peso) e SGR (crescimento específico) foram maiores no controle positivo do que em CAP sem minerais e CAP com minerais.
    • Sobrevivência (SR) e conversão alimentar (FCR) não diferiram.
    • O grupo com minerais apresentou menor teor de lipídios corporais; proteína corporal foi semelhante entre tratamentos.

    Conclusão prática

    Suplementar magnésio, ferro, manganês e selênio em dietas com CAP ajuda a aliviar o estresse oxidativo e a reequilibrar a resposta imune do camarão-branco, além de melhorar aspectos da morfologia intestinal. Porém, essa estratégia não recupera o crescimento aos níveis observados com 25% de farinha de peixe. Na prática, a CAP exige atenção ao perfil mineral da ração e, mesmo assim, outros componentes nutricionais da farinha de peixe seguem fazendo falta para maximizar o desempenho.

    Estudo original / referência

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