O que aconteceu
- A troca de farinha de peixe por CAP reduziu o desempenho de crescimento e a capacidade antioxidante. Houve alteração no metabolismo lipídico (metabolismo de gorduras). Genes de imunidade inata — dorsal, relish e litaf (fatores ligados à resposta imune) — ficaram mais ativados na dieta com CAP sem minerais. Com minerais, houve melhora dos marcadores antioxidantes e de defesa, mas o ganho de peso não voltou ao nível do controle positivo.
Marcadores sanguíneos e enzimáticos
- No grupo com 25% de farinha de peixe, os triglicerídeos (TG, gordura circulante) foram menores, enquanto colesterol total (T-CHOL) e LDL-C (fração de colesterol) foram maiores. HDL-C (outra fração de colesterol) não mudou entre grupos.
- Na dieta com CAP sem minerais, aumentaram AST e UA (enzimas/metabólitos que indicam lesão/metabolismo no hepatopâncreas) e MDA (produto de peroxidação lipídica; sinal de dano oxidativo). A T-AOC (capacidade antioxidante total) caiu. Com minerais, a atividade de PO (fenoloxidase, ligada à imunidade) diminuiu e a de lisozima (enzima de defesa) aumentou em relação ao CAP sem minerais. SOD (enzima antioxidante) não mudou entre dietas.
Expressão gênica no intestino
- dorsal subiu com CAP;
- relish caiu com a suplementação mineral;
- akirin ficou maior no controle positivo e similar entre controle positivo e dieta com minerais;
- rab6a aumentou com minerais;
- litaf foi mais baixo no controle positivo.
Lysozyme, tnf-α e hsp70 (marcadores de defesa e estresse) não mudaram.
Intestino sob o microscópio
- Com 25% de farinha de peixe, a estrutura celular permaneceu íntegra.
- Com CAP sem minerais, houve inchaço mitocondrial, cristas desorganizadas e menos microvilos (estruturas que aumentam a absorção).
- Os minerais reduziram parte desses danos.
Na histologia (H&E), a altura das pregas mucosas (dobras internas do intestino) foi maior no controle positivo; os minerais aumentaram essa altura em relação ao CAP sem minerais. A largura das pregas foi maior em controle positivo e com minerais (sendo a maior com minerais). A espessura da camada muscular foi superior nas dietas com farinha de peixe e não melhorou com os minerais.

Crescimento e composição corporal
- WGR (taxa de ganho de peso) e SGR (crescimento específico) foram maiores no controle positivo do que em CAP sem minerais e CAP com minerais.
- Sobrevivência (SR) e conversão alimentar (FCR) não diferiram.
- O grupo com minerais apresentou menor teor de lipídios corporais; proteína corporal foi semelhante entre tratamentos.
Conclusão prática
Suplementar magnésio, ferro, manganês e selênio em dietas com CAP ajuda a aliviar o estresse oxidativo e a reequilibrar a resposta imune do camarão-branco, além de melhorar aspectos da morfologia intestinal. Porém, essa estratégia não recupera o crescimento aos níveis observados com 25% de farinha de peixe. Na prática, a CAP exige atenção ao perfil mineral da ração e, mesmo assim, outros componentes nutricionais da farinha de peixe seguem fazendo falta para maximizar o desempenho.
Estudo original / referência