Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) comprovaram que os compostos naturais timol e carvacrol combatem a bactéria Edwardsiella tarda, responsável por graves infecções em tilápias do Nilo cultivadas. A descoberta oferece uma alternativa eficiente ao uso de antibióticos.
O estudo ocorreu no Laboratório Aquos – Saúde de Organismos Aquáticos da UFSC. Os resultados mostraram que os compostos fitogênicos podem prevenir e tratar doenças em peixes cultivados. Dessa forma, eles reduzem a dependência de antibióticos e fortalecem um sistema de produção mais equilibrado e saudável.

Propriedades naturais dos monoterpenos
Os pesquisadores testaram monoterpenos, compostos presentes nos óleos essenciais de plantas aromáticas como alecrim, eucalipto, cravo e canela. Esses elementos apresentam propriedades antioxidantes e antimicrobianas.
Danilo Vitor Vilhena Batista, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Aquicultura (PPGAQI/UFSC) e coordenador da pesquisa, comparou o uso desses compostos ao de fitoterápicos em humanos. “Assim como chás e extratos fortalecem a saúde humana, os monoterpenos adicionados à ração podem prevenir e tratar doenças em peixes cultivados”, destacou.
A Edwardsiellosis provoca prejuízos estimados em US$ 6 bilhões anuais na indústria da aquicultura. Portanto, o avanço obtido pelos pesquisadores da UFSC representa um passo importante para reduzir perdas econômicas e aumentar a sustentabilidade do setor. O artigo científico foi publicado no Journal of Fish Diseases.
Colaboração científica e apoio institucional
Cientistas da UFSC lideraram a pesquisa com apoio de pesquisadores do Instituto Federal Catarinense (IFC), da Fundação Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) e da Mississippi State University (EUA). Além disso, o trabalho recebeu financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Esses investimentos reforçam a importância da ciência para o fortalecimento da aquicultura.
Fonte: UFSC Notícias