Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) cultivaram cerca de 1.300 juvenis de ouriço-do-mar (Echinometra lucunter) em laboratório. O feito, inédito no Brasil, ocorreu no Laboratório de Moluscos Marinhos (LMM) e representa um avanço importante para a diversificação da aquicultura nacional.
Ciência, inovação e sustentabilidade
O projeto, coordenado pelo professor Cassio de Oliveira Ramos, especialista em aquicultura marinha, tem como objetivo fechar o ciclo reprodutivo da espécie em ambiente controlado – desde a fertilização até o crescimento e maturação dos juvenis. Dessa forma, a pesquisa se consolida como um passo decisivo para criar uma nova cadeia produtiva na maricultura nacional. Além disso, integra ciência, economia azul e sustentabilidade, com alto potencial comercial e ambiental.
A escolha do ouriço-do-mar ocorreu por causa de suas características favoráveis ao cultivo sustentável: crescimento rápido, alta taxa reprodutiva e gônadas bem desenvolvidas, bastante valorizadas na gastronomia.
Potencial para gastronomia e novos mercados
Países como Japão, Chile e Itália já exploram comercialmente o ouriço-do-mar. Portanto, com este avanço, o Brasil poderá atender à crescente demanda nacional e expandir para mercados internacionais. Além do uso gastronômico, indústrias cosmética, nutracêutica e farmacêutica demonstram interesse nos compostos bioativos presentes nas gônadas do ouriço, o que amplia as possibilidades econômicas da espécie.
Os pesquisadores do LMM testaram parâmetros como temperatura, salinidade, densidade populacional, alimentação, qualidade da água e bem-estar animal. Assim, a tecnologia inclui etapas de cultivo larval, crescimento de juvenis e maturação gonadal, agora em execução também no Laboratório de Camarões Marinhos (LCM/UFSC).
Benefícios para o meio ambiente e comunidades locais
A inovação reduz a pressão sobre os estoques naturais e, ao mesmo tempo, cria novas fontes de renda para pescadores, maricultores e produtores locais. Além disso, a integração com sistemas multitróficos, como ostras, macroalgas e camarões, permite reaproveitamento de nutrientes, controle biológico de resíduos e melhoria da qualidade da água.
Fonte: Notícias UFSC
Crédito da foto: Divulgação LMM/UFSC
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