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    Universidades Latino-americanas e a geração de aquicultura produtiva

    O papel das universidades latino-americanas na geração de aquicultura produtiva vem sendo cada vez mais discutido. Em algumas instituições, além de formar profissionais, os laboratórios assumem também a função de produzir organismos aquáticos para manter suas atividades, como ocorre em laboratórios que desenvolvem o cultivo de camarão e vendem pós-larvas a empresas privadas e organismos estatais.Esse modelo permite que certas universidades se mantenham sem depender exclusivamente de recursos públicos, mas também traz desafios. A produção muitas vezes supera a pesquisa, e parte do tempo dos pesquisadores é direcionado à manutenção econômica do setor produtivo. Ainda assim, essa relação gera benefícios: emprego, renda e um contato direto entre universidade e setor produtivo.

    Integração entre investigação e produção

    Segundo o Dr. Jorge Calderón, diretor da Fundação CENAIM-ESPOL (Equador), integrar setores acadêmicos e produtivos é um desafio de décadas, ainda pouco concretizado. Apesar do enorme volume de pesquisas, as inovações aplicadas no cultivo de camarões continuam limitadas. A atividade ainda depende muito mais da eficiência técnico-administrativa das empresas do que de novas ferramentas tecnológicas.

    Na prática, técnicos e gerentes precisam lidar com a grande variabilidade ecológica e biológica do cultivo, tomando decisões rápidas e eficazes. Já muitos doutores universitários se distanciam da realidade produtiva, mantendo foco em pesquisas futuras, mas sem resolver os problemas práticos imediatos.

    Unidades de Produção em universidades

    A proposta de criação de Unidades de Produção em universidades latino-americanas poderia ser uma alternativa para unir ensino, pesquisa e realidade de mercado. Essas unidades poderiam:

    • Treinar estudantes em escala real de produção;
    • Oferecer bolsas de trabalho para universitários;
    • Financiar pesquisas aplicadas a partir do lucro obtido;
    • Formar profissionais mais preparados para a indústria aquícola.

    No entanto, esse modelo exige que os departamentos de produção atuem como empresas privadas, competindo no mercado, sem subvenções governamentais. Enquanto universidades públicas enfrentam cortes orçamentários e priorizam pesquisa e ensino, essa proposta poderia se tornar viável em universidades privadas, como forma de gerar receita e inovação.

    Embora a ideia pareça ousada, pode ser uma saída para aproximar academia e setor produtivo, além de abrir novas oportunidades para jovens formados em aquicultura.

    Este artigo foi publicado originalmente na revista Panorama Acuícola (México, Vol. 5 No 1 – Nov/Dez 1999), por Rodolfo Luís Petersen, Biólogo e Mestre em Aquicultura, pesquisador e encarregado do Setor de Maturação do Laboratório de Camarões Marinhos da Universidade Federal de Santa Catarina (LCM), Brasil.
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