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    Mercado global alerta para risco no crescimento da indústria do salmão

    Apesar das projeções positivas para o crescimento da indústria de salmão nos próximos anos, especialistas e investidores alertam para um risco iminente: a falta de insumos para ração pode comprometer a expansão do setor. A base alimentar da criação de salmões depende fortemente de ingredientes extraídos de peixes selvagens, o que coloca em risco não apenas o crescimento, mas a viabilidade da atividade a longo prazo.

    Apesar das projeções positivas para o crescimento da indústria de salmão nos próximos anos, especialistas e investidores alertam para um risco iminente. A falta de insumos para ração pode comprometer a expansão do setor. A base alimentar da criação de salmões depende fortemente de ingredientes extraídos de peixes selvagens. Esse cenário ameaça não apenas o crescimento, mas também a viabilidade da atividade a longo prazo.

    Ameaça à cadeia de suprimentos

    Um estudo da FAIRR Initiative, organização líder em análise de dados no setor global de alimentos, acompanhou por quatro anos sete das maiores companhias de capital aberto produtoras de salmão. Entre elas estão as norueguesas Mowi ASA, SalMar ASA e Lerøy Seafood Group ASA. Juntas, foram responsáveis por 58% da produção mundial em 2023, com mais de 1,2 milhão de toneladas. O relatório aponta que, sem reformas urgentes, a cadeia de suprimentos de ração pode entrar em colapso. Isso porque ela não conseguirá acompanhar o ritmo de expansão projetado para o setor.

    Dependência de recursos naturais em declínio

    A ração usada na criação de salmões ainda é fortemente baseada em farinha e óleo de peixe (FMFO), derivados de peixes selvagens. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), cerca de 90% das pescarias globais já estão sobre-exploradas ou no limite de sua capacidade. Entre 2020 e 2024, cinco das sete empresas analisadas aumentaram em até 39% o volume de FMFO obtidos de peixes inteiros.

    Apesar de compromissos com a sustentabilidade, apenas três dessas companhias conseguiram reduzir a proporção de FMFO nas rações. A queda foi de apenas três pontos percentuais. Enquanto a produção de salmão cultivado deve crescer cerca de 40% até 2033, a produção de farinha e óleo de peixe deve aumentar apenas 9% e 12%, respectivamente. Sem mudanças na formulação das rações, o crescimento projetado se torna insustentável.

    Alternativas em desenvolvimento

    Diversas soluções estão em pesquisa, como farinha de insetos, óleo de algas e proteínas unicelulares. No entanto, essas alternativas enfrentam barreiras como custos elevados, limitações de escala e desafios nutricionais. Esses fatores dificultam o atendimento das necessidades da criação de salmão em larga escala.

    O relatório da FAIRR é claro: sem revisar a composição das rações e diversificar as fontes de proteína, a indústria do salmão corre para uma crise estrutural. A sustentabilidade futura depende de ações conjuntas entre empresas, governos, investidores e consumidores.

    Fontes: Forbes Brasil | FAIRR Initiative

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