Protocolos privados de sustentabilidade são programas desenvolvidos e geridos por entidades privadas (empresas, ONGs, associações) a fim de garantir práticas responsáveis de produção e consumo, reduzir riscos na cadeia produtiva e gerar impactos positivos e mensuráveis em áreas definidas como relevantes e estratégicas pela empresa. Por meio deles, a empresa consegue mapear o grau de sustentabilidade de sua cadeia de suprimentos, buscar otimizações através da melhoria contínua e se manter atenta a demandas no aumento das exportações, pois com o mapeamento de sustentabilidade, a empresa tem conhecimento de quais fazendas e/ou armazéns estão aptos a passarem por uma certificação exigida pelo potencial comprador. A estratégia é a preparação a longo prazo, antecipando a demanda, reduzindo riscos e custos, e nivelando o desempenho da cadeia produtiva. A fim de aumentar a credibilidade desses protocolos privados, diversas empresas realizam não somente as auditorias internas periódicas, mas também auditorias independentes conduzidas por Organismos de Avaliação da Conformidade. Um exemplo de ESG na prática!
Falando em tendências, não é de hoje que o pescado é visto como uma fonte de proteína de qualidade, saudável e que pode ser mais sustentável quando comparada à outras fontes. O mercado tem tendência de expansão, inclusive para a exportação. Alguns produtores de tilápia estão aproveitando a recente janela de oportunidade que se abriu para o aumento da exportação para os Estados Unidos, todos com certificação ASC (Aquaculture Stewardship Council) e/ou BAP (Best Aquaculture Practices), colhendo os frutos de anos de preparação e investimento. Em outras palavras, sustentabilidade tá pra peixe!
Para surfar essa onda, preparação a longo prazo e um mapeamento aprofundado da cadeia produtiva são fundamentais. Ou seja, nós do mundo dos peixes podemos aprender uma valiosa lição com a cafeicultura: o planejamento estratégico para o desenvolvimento sustentável das cadeias de aquicultura. É visando contribuir com esse objetivo, que temos o prazer de estrear a nossa coluna na Aquaculture Brasil. Aqui, você vai ler sobre as principais novidades do mundo da sustentabilidade e descobrir como a aquicultura pode desenvolver uma cultura de aprendizagem com outros setores. Sempre de forma descomplicada, mas com muito embasamento. Vamos juntos?