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    Exportações de pescado são suspensas após sobretaxa de 50% dos EUA

    No dia 10 de agosto de 2025, os Estados Unidos anunciaram uma tarifa adicional de 50% sobre produtos do Brasil. A medida causou a interrupção imediata das exportações brasileiras de pescado. Como consequência, 58 contêineres refrigerados, com cerca de mil toneladas de pescado, aguardam embarque em portos como Salvador (BA), Pecém (CE) e Suape (PE).

    A Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) afirmou que os compradores norte-americanos solicitaram a suspensão dos embarques. Eles preferem esperar por definições claras sobre os novos custos. “O setor está em estado de alerta. Se nada for feito, os prejuízos serão enormes”, declarou o presidente da entidade, Eduardo Lobo Naslavsky.

    Tilápia concentra os principais prejuízos

    A tilápia, principal peixe cultivado no Brasil, sofreu os maiores impactos. O setor exporta cerca de 500 toneladas por mês e fatura aproximadamente US$ 6 milhões. Desse total, 95% tem os Estados Unidos como destino. Por esse motivo, os exportadores decidiram interromper temporariamente os envios até obterem um posicionamento mais claro do governo norte-americano.

    Abipesca propõe transição emergencial

    Para evitar prejuízos maiores, a Abipesca solicitou ao governo brasileiro que negocie imediatamente com os Estados Unidos. A entidade propôs um prazo de transição de 90 dias para liberar os produtos já prontos e reduzir as perdas no setor.

    Naslavsky explicou que o mercado interno não consegue absorver essa produção, pois os preços já foram definidos com foco na exportação. Com a nova tarifa, o produto brasileiro perde competitividade no exterior.

    Empregos ameaçados pela crise

    O setor de exportação de pescado emprega diretamente cerca de 5.900 pessoas nas indústrias. Além disso, gera mais de 38 mil empregos indiretos, envolvendo pescadores artesanais, aquicultores familiares e fornecedores. Atualmente, os Estados Unidos compram entre 70% e 80% do pescado exportado pelo Brasil. O segmento representa cerca de 15% do mercado nacional.

    Setor aquícola amplia dificuldades históricas

    Desde 2017, o setor enfrenta o bloqueio sanitário imposto pela União Europeia. Agora, com o entrave dos Estados Unidos, a piscicultura brasileira encara uma nova ameaça. Caso o governo norte-americano mantenha a tarifa, muitas empresas poderão reduzir suas operações ou até encerrar suas atividades.

    Por esse motivo, a sobretaxa imposta pelos Estados Unidos exige uma resposta rápida e estratégica por parte das autoridades brasileiras. O setor depende da exportação para manter empregos e gerar receita.

    A Aquaculture Brasil seguirá acompanhando os desdobramentos e informará sobre os impactos na aquicultura nacional.

    Este conteúdo foi produzido com base em informações públicas divulgadas pela Abipesca e por veículos de imprensa. A reportagem original da Folha de S. Paulo pode ser acessada neste link.

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