Em 9 de julho de 2025, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. A medida, que deve entrar em vigor a partir de 1º de agosto, acendeu um sinal de alerta no setor aquícola brasileiro, altamente dependente das exportações para manter sua competitividade internacional.
Motivações da nova tarifa
De acordo com Trump, a decisão foi motivada por críticas às ações do Supremo Tribunal Federal (STF), no contexto do processo judicial envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Como resposta, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que poderá acionar a Lei da Reciprocidade Econômica, caso a tarifa realmente entre em vigor.
Repercussões econômicas imediatas
Imediatamente após o anúncio, o real sofreu desvalorização entre 2% e 2,3% frente ao dólar. Além disso, o índice Ibovespa registrou uma queda significativa, refletindo a reação negativa do mercado financeiro.
Economistas alertam que a medida pode gerar efeitos colaterais preocupantes. Por exemplo, há risco de pressão inflacionária, com aumento de custos tanto para produtores quanto para consumidores. Portanto, o cenário exige atenção redobrada das autoridades econômicas.
Impactos na aquicultura brasileira
A aquicultura nacional, que movimenta bilhões de reais por ano e emprega milhares de pessoas, está entre os setores mais expostos aos efeitos da nova tarifa. Produtos como peixes e camarões cultivados, reconhecidos por sua qualidade e sustentabilidade, vinham conquistando espaço no mercado norte-americano. No entanto, a competitividade desses itens pode ser severamente afetada.
Com a implementação da taxação, exportar para os Estados Unidos pode se tornar inviável para pequenos e médios produtores. Consequentemente, haverá impactos diretos sobre polos estratégicos como Ceará, Maranhão, Tocantins, Paraná e Rondônia — regiões que se destacam na produção aquícola do país.
Além disso, dados da Peixe BR indicam que, em 2023, o Brasil exportou aproximadamente US$ 23 milhões em pescado cultivado para os Estados Unidos. Isso demonstra a relevância da parceria comercial entre os dois países no setor.
Apesar das incertezas, diversos segmentos da economia brasileira acompanham com atenção os desdobramentos dessa decisão. Espera-se, portanto, que o governo federal reaja com firmeza, adotando medidas diplomáticas e comerciais que possam minimizar os danos à cadeia produtiva nacional.
Fontes: G1, BBC News Brasil, Peixe BR, Informativo de Comércio Exterior da Piscicultura – Trimestre 01/2024, Trimestre 02/2024