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    Um grande passo para a inovação na gestão dos resíduos da aquicultura em São Paulo

    O desenvolvimento sustentável da produção aquícola brasileira e mundial é muito dependente da capacidade que o setor tem de inovar. Afinal, o que seria de um setor em desenvolvimento, como é o caso da aquicultura, sem inovação constante? Neste artigo da coluna Gestão de Resíduos, venho trazer a vocês leitores uma ótima notícia sobre a gestão de resíduos da aquicultura. Um projeto inovador recentemente aprovado e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), irá permitir um grande avanço na gestão dos resíduos da aquicultura no país.

    Como parte de uma interessante parceria entre a empresa UPP – Usinagem Industriais Ltda e o Centro de Aquicultura da UNESP (Caunesp), o projeto “Desenvolvimento de equipamento para o revolvimento eficiente de leiras para compostagem de resíduos de pescado” já foi iniciado e está a todo vapor. O projeto está inserido no Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas para Transferência de Conhecimento – PIPE-TC e é coordenado pelo Prof. Dr. Paulo Sergio Graziano Magalhães da UPP, pela pesquisadora da APTA – Pindorama Dr. Rose Meire Vidotti e pelo Dr. Leonardo Takahashi, ambos representando o Caunesp. O projeto conta também com a participação da Dra. Mara Cristina Pessôa da Cruz, especialista em fertilidade do solo, e do Dr. Luis Alfredo Pires Barbosa, também especialista em solos, além de técnicos e bolsistas. De acordo com a modalidade na qual o projeto está inserido (Transferência de Conhecimento), a grande inovação deste projeto será relacionada ao avanço da metodologia de compostagem com carcaças de animais aquáticos com recargas, a qual foi desenvolvida em 2019 no Caunesp (para saber mais sobre essa metodologia, clique aqui).

    A execução desse projeto vem de encontro a uma grande demanda do setor aquícola brasileiro, que é a falta de tecnologia para a gestão eficaz dos resíduos gerados nessa atividade, especificamente no que diz respeito ao revolvimento das leiras de compostagem, o qual é realizado manualmente. Isso limita o aumento da escala da compostagem nas produções, o que acaba por desanimar os produtores de continuarem a realizar a compostagem. Assim, o projeto propõe a fabricação de rotores de pequeno porte especialmente projetados para a compostagem de resíduos das fazendas aquícolas, como carcaças de peixes e resíduos do processamento do pescado.

    O projeto conta com uma etapa significativa de pesquisas científicas que irão quantificar as propriedades físico-mecânicas de compostos na condição inicial e a variação temporal dessas propriedades, assim como o tempo mínimo para a estabilização do composto em condições ideais de manejo. Além disso, com base no uso de modelos matemáticos e de engenharia, o comportamento mecânico do composto será avaliado ao longo do tempo e esses dados servirão de base para a construção de um equipamento autopropelido que atenda as especificidades da técnica de compostagem que foi desenvolvida no Caunesp em 2019 e que até hoje vem sendo aplicada com sucesso em diferentes regiões do país. Para o desenvolvimento dessas atividades de pesquisa, o atual Setor de Compostagem do Caunesp (veja foto abaixo) será expandido, aumentando a capacidade atual de tratamento de resíduos em aproximadamente quatro vezes.

    Leiras de compostagem de resíduos da aquicultura no Caunesp
    Setor de Compostagem do Centro de Aquicultura da UNESP, em Jaboticabal, São Paulo. Hoje a área possui 15 m2 e será ampliada para 60 m2, de modo a fornecer espaço suficiente para a elaboração do projeto PIPE-TC e o desenvolvimento de uma máquina para revolver leiras de compostagem com resíduos da aquicultura.

    Foto: Setor de Compostagem do Centro de Aquicultura da UNESP, em Jaboticabal, São Paulo. Hoje a área possui 15 m² e será ampliada para 60 m², de modo a fornecer espaço suficiente para a elaboração do projeto PIPE-TC e o desenvolvimento de uma máquina para revolver leiras de compostagem com resíduos da aquicultura.

    Como já destacado diversas vezes aqui na coluna Gestão de Resíduos, compostos orgânicos de resíduos da aquicultura são muito ricos em nutrientes, microorganismos e compostos bioativos que beneficiam o cultivo de plantas em diversas maneiras. Todo empreendimento aquícola é responsável pela gestão dos resíduos gerados no local e a compostagem sempre será uma excelente alternativa de baixo custo para essa gestão. Fiquem atentos aos próximos artigos da Aquaculture Brasil, nos quais traremos novidades sobre este projeto tão relevante para nosso setor, assim como sobre outras tecnologias e avanços significativos nessa importante área do desenvolvimento sustentável.

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